ETAPAS DO ARMARIO






SAINDO DO ARMÁRIO – PRISÃO SEM GRADES

Quem nunca ouviu dizer que o bicho papão fica no armário?



Sim, talvez por isso este seja o arquétipo perfeito para aludir à prisão de nossos medos, anseios, e, nossa verdadeira face. Aquilo que somos na realidade, e nos esforçamos visceralmente para esconder, por vezes de nós mesmos, o alterego freudiano.



Esses seres quiméricos presos neste móvel remete-nos a uma reflexão ainda mais profunda: sair simplesmente do armário não é a solução efetiva de definitiva. Partamos de um principio, onde fica este armário? Em um quarto, onde fica este quarto? Em uma casa. As barreiras são muitas, é tudo muito macro, não podemos simplesmente dizer que saímos da prisão do armário e ainda ficarmos dentro do quarto, dentro da casa.



O armário é metaforicamente o eu, sair dele é sair de si, ou seja, o eu preso em mim. Este é o primeiro passo rumo à liberação de nossa real personalidade, aceitar-se como somos, sem medos e angustias, estamos presos em nos mesmos e temos a chave em nossas mãos. Depois vem o quarto, sair dele é entrar no segundo circulo, a família.


Tão importante quanto sair de si, é fazer a família nos libertar e para isso deve nos aceitar também. Com ela, a família, encontramos as chaves para a liberação da casa, sem ela, somos jogamos fora da casa, sem nos libertarmos por completo, ainda ficamos presos. É paradoxal. Mas assim que é. Não podemos queimas etapas, ciclos temos que viver todos os níveis e estágios sorvendo o aprendizado.


Sair simplesmente do armário não é a solução definitiva, é apenas o primeiro nível, porem a mais importante, o passo mais longo que temos que dar rumo ao terceiro nível, sair da casa.
Igualmente aos outros dois níveis anteriores, este também é muito difícil. E para dificultar ainda mais, as dificuldades são perenes, os inimigos constantes. Porque quando saímos da casa entramos na vida, na luta diária pela sobrevivência, no canibalismo antropofágico de Oswald de Andrade, temos que devorar para não sermos devorados, muito darwiniano. Mas estamos falando de evolução, a evolução do ser e, de ser



Se algum dos três pilares estiver fraco nas fundações, cairemos muito, no percurso de nossa existência, e faremos o caminho inverso, o regresso ao armário, pássaros que livres retornam as gaiolas.



Aqueles que percebem essa complexa e macro visão de liberdade, se assuntam, temem por todas as dores que passará, e refugia-se ainda mais no fundo escuro. No entanto temos também aqueles que mesmo com medo abrem as portas dessa prisão, e não temem, sangram e continuam andando rumo ao horizonte.


Como diria Dorothy: - Em algum lugar além do arco-íris/Bem lá no alto -, sim, bem no alto podemos encontrar a felicidade, esta felicidade nao é senão o amor reciproco e total pela vida e vontadade de viver, amar e ser amado.



Sair do armario é simplesmente o primeiro passo, o caminho é arduo e sem fim, a final, temos dois pés para cruzar a ponte (haha, raul).


E se tivermos uma mão forte e amiga, junto com um sorriso terno e olhos serenos, e um coração onde podemos aportar, tudo será suportável.


A maior de todas as jornadas começa sempre como primeiro passo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você meu caro escritor.Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não, pois, segundo pesquisas recentes esta orientação poderá estar determinada por factores biogenéticos, sejam questões hormonais in utero ou genes que possam determinar esta predisposição.[1] É importante esclarecer que há grande imposição do modelo heterossexual para todos. Em alguns casos, pode não existir a preocupação em conhecer o nível ou qualidade de vida afetiva, nível de prazer ou felicidade que uma pessoa possa ter, mas sim que ela deveria ser heterosexual. Por conta dessa forte imposição, muitas pessoas podem encontrar alívio dos desejos homoeróticos na religiosidade fanática, nos remédios, nas drogas ou mesmo, adotando um padrão escondido ou de vida dupla: No seu entorno social e familiar assume um comportamento heterossexual e num mundo privado permite-se exercer a sua homossexualidade, situação esta que cria um maior ou menor conflicto interior e assim as suas repercusões posteriores nesse ser humano.

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